Para a estreia de seu novo filme, o diretor gaúcho Carlos Gerbase usará um esquema multiplataforma, o lançamento simultâneo em cinemas, televisão, internet e DVD. É uma ideia que ele já testou em 2007, quando fez "3 efes" e o distribuiu da mesma forma.
Mas, ao contrário do filme anterior, uma comédia cínica, aqui o gênero é o suspense, que vai sendo desvendado como um quebra-cabeça à medida que as peças entram em cena.
Inspirado num conto do austríaco Arthur Schnitzler — o mesmo autor que serviu de base para "De olhos bem fechados", de Stanley Kubrick —, a história começa com um paciente num hospital psiquiátrico.
Trata-se de Dante (Felipe Kannenberg), que parece abandonado à própria sorte quando uma jovem médica se interessa por ele e o transforma em objeto de sua pesquisa. Ela é a Dra. Paula (Branca Messina), que investiga o passado do rapaz.
A trama se abre conforme a médica entrevista pessoas da vida de Dante, como sua ex-professora Laura (Carla Cassapo), a arqueóloga René (Rosanne Mulholland) e a namorada de infância do rapaz, Berenice (Maria Manoella). Cada personagem tem a sua versão para a história. E Paula filma todas.
Aos poucos, descobre-se que Dante formou-se em História e trabalhava como arqueólogo, até que sua ex-namorada, agora casada e morando numa região paradisíaca, descobre uma peça pré-histórica e o chama para estudá-la. Entra em cena também a renomada René, que se associa ao ingênuo Dante, que está muito apaixonado por ela --embora mantenha sentimentos por sua ex.
É nessa rede de desejos e traições — não apenas amorosas — que Gerbase apoia a trama de "Menos que nada". O que há de mais interessante é a forma como um fato está ligado a outro e muda informações do passado — além das belas paisagens do Rio Grande do Sul.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
Fonte: g1.globo.com 19.7.2012