Um drama psicológico, suspense e falência do sistema manicomial brasileiro, esses são alguns dos temas abordados no novo filme de Carlos Gerbase: “Menos que nada”. O longa foi inspirado pelo conto “O Diário de Redegonda”, do médico e escritor austríaco Arhur Schnitzler (1862-1931).
A história começa quando Paula (Branca Messina), nova médica residente de um hospital psiquiátrico, conhece Dante (Felipe Kannenberg) um homem solitário que sofre de esquizofrenia. Paula se interessa pelos sintomas de Dante e decide investigar sua vida, buscando pessoas de seu passado, a família e os amigos que o esqueceu ali.
O filme é o relato do que desencadeou o drama psicológico vivido por Dante, um arqueólogo de pouca ambição que trabalha com a liberação de obras, redigindo e assinando alvarás. Ele vive com o pai (um policial aposentado), num pequeno apartamento e praticamente não tem vida social. Dante é solitário e calado, sua vida muda quando ele conhece René (Rosane Mulholland), uma paleontóloga carioca de destaque no meio universitário, que vai para um congresso em Porto Alegre. O arqueólogo apaixona-se por esta mulher, para ele inatingível, e a partir daí as coisas começam a mudar.
Felipe Kannenberg faz uma ótima interpretação de Dante, seus olhares, suas ações esquizofrênicas, tudo é muito rela e choca quem assiste. É comovente ver sua atuação, ver o sofrimento pelo qual Dante passa e a agonia que é seus surtos de loucura.
Branca Messina, traz muita doçura para a médica Paula, levando ao público o amor e dedicação que a médica tem com a sua profissão e seus paciente, e principalmente Dante. É aqui que a relação entre médico e paciente é explorada. A personagem demonstra uma verdadeira vontade de querer ajudar seu paciente e de descobrir o que houve com ele, como ele ficou assim. E ela realmente faz de tudo para ajudá-lo.
A história comove, choca e incomoda quem assiste. Abordando a doença mental, principalmente em manifestações severas como a esquizofrenia. O longa traz para a pauta de discussões um tema importante para a saúde pública no Brasil. A falência do sistema manicomial brasileiro.
“Menos que nada” é realizado pela Prana Filmes, de Porto Alegre, com direção de Carlos Gerbase, e estreia dia 20 de julho. A novidade é o lançamento que será realizado ao mesmo tempo nos cinemas, em DVD e na internet via streaming, como uma forma de facilitar o acesso do público ao cinema nacional e ampliar a discussão sobre o sistema manicomial e a saúde pública no Brasil.
Fonte: Portal Plus tv